Cidadã, com orgulho


Confesso que a idéia original pra este texto não nasceu dos meus pensamentos, mas foi algo que me surgiu ao ler o post da Maria Clara (a.k.a. MC) sobre política. Ela se focou em falar dos candidatos, mas me chamou particularmente a atenção o início da postagem, quando ela fala sobre a idade em que é obrigatório ter título de eleitor. Então eu pergunto: por que a maioria dos jovens brasileiros tem preguiça de política? Por que eles esperam ser obrigatório votar pra tirar o título e, principalmente, por que tanta gente diz que odeia política?

Ainda me lembro do ano de 1992. Alguns que agora estão lendo isso sequer tinham nascido, os que tinham nascido ainda não sabiam ler. O ano foi marcado pelo impeachment do primeiro presidente eleito por voto direto depois de décadas de Regime Militar. Eu tinha apenas 8 anos, provavelmente não sabia direito do que ele estava sendo acusado, mas eu estava na frente da TV, vibrando a cada voto “sim” daqueles excelentíssimos senhores engravatados. Fernando Collor de Mello era o cara mau, cada “sim” derrotaria o cara mau e eu estava feliz por isso, vibrava sem saber por quê. Meio retardada, eu sei, mas as pessoas, incluindo meu irmão de 12 anos, queriam e torciam tanto por isso que eles não poderiam estar errados. Alguma coisa importante definitivamente estava acontecendo e eu estava participando daquilo.

Só não digo que foi assim que minha vida política começou porque eu cantarolava por aí “Lula lá, brilha uma estrela, Lula lá”. Este jingle foi usado na campanha petista em 1989, a mesma em que o candidato do PT foi derrotado por Collor e a imprensa brasileira. O que eu sabia da vida em 1989? Passava na TV, meu pai dizia que aquele cara barbudo era legal e eu acreditava nele. Simples assim. A música era legal, virou símbolo do partido e falava em esperança. Eu cantava, alheia a jogos políticos.

E assim minha vida seguiu, meu pai participando de comícios, discutindo política em casa frequentemente, sendo por isso apelidado carinhosamente de Comunista por um dos meus tios (isso quando não era chamado de Cabeça por sua ascendência nordestina, mas essa é outra história). Mais tarde, meu irmão se afiliou também ao PT e, como meu pai, se juntava à multidão que ia assistir ao discurso de Lula na Boca Maldita, outrora o maior point político da cidade. Guardo ainda hoje uma bandeira do partido autografada por um Lula ainda com ares de sindicalista. Contava meu irmão, para quem se dirige a dedicatória, que o atual presidente assinou ali no meio do povo, apoiando a bandeira no joelho mesmo.

O ainda "companheiro" Lula em comício na cidade de Curitiba.
Foto: divulgação (zoa, o fotógrafo é meu pai)


Acho que me desviei do caminho político por algum motivo, porque não acompanhava notícias sobre o assunto com muita frequência e um dia levei um sermão do meu irmão. O fato é que eu simplesmente desconhecia um nome que pelo jeito deveria me dizer algo. Fui chamada de alienada por não saber que um fulano era ministro de alguma coisa que eu julgava desmerecedora da minha atenção. Ao invés de pegar repúdio por política, me envergonhei da minha ignorância e passei a prestar mais atenção em discursos, notícias e nomes importantes para nunca mais passar por desinformada.

Em 2000, quando, se não me engano, houve eleições para prefeito, eu acompanhava absolutamente tudo! Debates transmitidos pelas emissoras, horário político, jornalzinho de candidato acusando o outro de absurdos, notícias, pesquisas de inúmeros institutos que nos atualizavam sobre a corrida para a prefeitura. Mas o fato é que as eleições ocorreram no dia 4 de outubro de 2000, eu nasci dia 30 de outubro de 1984, então... Eu não completaria 16 anos até o dia das eleições. Míseros 26 dias me separaram do meu primeiro voto, que poderia ter acontecido naquele ano de 2000 mesmo. Encarei isso com profunda frustração, afinal eu com 15 anos era mais politizada que muito marmanjo de 30 que vota no candidato que mente mais.

Então não entendo como algumas pessoas podem odiar política ou adiar até os 18 anos pra decidir votar. Eu me senti tão cidadã quando peguei meu título de eleitora um ano depois, naquela época eu realmente acreditava no poder do meu voto – como ainda acredito! Só tenho perdido um pouco a fé no discernimento humano, mas no meu poder eu acredito. E repudio quem chega numa urna e vota nulo ou branco pretensamente se abstendo do seu direito, como se abstenção também não fosse uma escolha que interferirá diretamente no resultado final. Pior: há quem diga que tal atitude é sinal de protesto. Protesto contra o que? Obrigatoriedade do voto? Sim, existem países em que o voto é facultativo, mas nós não estamos neles. E obrigação por obrigação, estamos submetidos a várias todos os dias e ninguém reclama.

Se quiser protestar, faça como os Caras-Pintadas que pediram o impedimento do Collor, não ignorando sua responsabilidade na política do país. Sim, caros, vocês que anulam um voto também são culpados pelo que criticam. Usam a desculpa de que político nenhum é honesto, de que política é um assunto muito chato, mas ao mesmo tempo desconhecem os políticos. Generalizar é muito fácil. Fazer protesto por Twitter é muito fácil. Difícil é encarar o fato inegável de que cada cidadão eleitor é também participante do processo político. Seja você tucano, petista ou um simples anulador de votos, cada eleitor tem na mão um poder precioso. Política às vezes irrita, mas me irrita ainda mais saber que tantos vivem imaginando que, por não se decidirem por um lado, estão livres de culpa. Sua culpa existe e se chama conivência.


Obs: Sim, eu cresci numa família petista. Não, não estou fazendo apologia ao petismo. Aliás, eu mesma não acredito tanto em partido hoje em dia, então não venha de mimimi.

Windows 7, XP e FDP




O que fizeram no carnaval, caríssimos? Há quem goste de curtir a folia, vestir sua fantasia, sair nos blocos de rua e seguir o trio elétrico. Também tem o pessoal que prefere a alternativa de pegar a estrada, enfrentar o trânsito e ir torrar no sol de uma praia enquanto, sem perceber, ingere uma quantidade absurda de coliformes fecais típica de grandes ajuntamentos aquáticos (acompanhado sempre de inúmeros carros competindo entre si pra saber quem tem o aparelho de som mais potente da orla). Por último, há os que escolhem desfrutar da paz que se estabelece nas cidades grandes que desconhecem a existência da tradição carnavalesca. Como eu compartilho da opinião do Sr. K, escolhi o feriado para dar um upgrade no meu computador e atualizá-lo com o novíssimo Windows 7 que, segundo dizem, é bastante satisfatório.

Péssima ideia define.

Como Deus castiga quem adquire cópia de sistema operacional de forma ilícita, eu paguei um preço alto pela decisão de, enfim, formatar o computador. Desde o começo aquilo se encaminhava pra uma tragédia. Pra começar, a chave de registro que me passaram não deu certo e eu tive que usar uma outra. Por sorte a mesma pessoa¹ que me forneceu uma segunda alternativa estava aqui em casa e eu pude seguir com meus planos (o detalhe é que essa mesma senha que não funcionou comigo tinha dado certo em outro notebook, mas ok).

Continuei desafiando o mau presságio e dei continuidade com todo o processo como um cego que caminha direto ao precipício. Windows instalado, só alegria. Mas todo carnaval tem seu fim e a festa durou somente o tempo de eu trocar o papel de parede (faço questão de fazer isso primeiro, não me sinto “em casa” sem uma imagem bonitinha de fundo) e tentar instalar o modem pra continuar baixando os programas mais necessários que eu não tinha aqui. Aí, meus queridos, foi ladeira abaixo.

O modem não era compatível com o novíssimo sistema operacional da Microsoft. Isso mesmo, meu modem é tão ruim e desatualizado que eu não consegui instalar. Gastei minutos perdidos tentando evitar o pior, mas não teve jeito: simbora voltar pro XP, procurar drivers atualizados e voltar pro W7. Aí vocês me questionam: mas não tem outro computador com internet aí pra baixar o driver do modem e passar pro seu? Olha, até teria, mas não faria a menor diferença no final de tudo. Prossigamos.

Durante a reinstalação do Windows antigo, meu computador resolver dar ataque de pelanca e desligar sozinho no meio do processo. Desgraça pouca é bobagem e eu achei que tinha detonado completamente o negócio. Ia passar o carnaval sem praia, sem descanso e sem internet. Mas felizmente o problema foi resolvido com uma limpeza básica. O cooler (pra quem entende menos de informática do que eu, é aquele miniventilador responsável por resfriar tudo antes que o computador entre em colapso) estava obstruído e não conseguia cumprir sua função, então resolvia que, se ele não podia brincar, ninguém mais poderia. Faxina feita, o esquentadinho (ham? ham?) voltou a funcionar direito.

O que eu imaginei ser apenas temporário acabou por se mostrar definitivo. Procurei os tais drivers e cheguei à infeliz conclusão de que nem o fabricante do modem se deu ao trabalho de atualizá-lo porque só poucos idiotas como eu ainda usam essa desgraça pra se conectar à internet. No meio do caminho, também descobri que alguns dos meus programas não são compatíveis com o Windows 7 e futuramente seriam outras dores de cabeça.

Desisti de tudo, me resignei e reconheci a derrota. Continuaria com o XP. Pra descomemorar, vamos ouvir uma música? Não tinha problema que o iTunes, antes com quase 250 álbuns e 85GB de música, estivesse vazio. Um álbum bastava. Então...

Silêncio. Profundo, obscuro, hostil e intransponível silêncio. Corre pro gerenciador de dispositivos, pega CD da placa-mãe pra instalar os drivers de som. Nada. Meu computador estava com raiva de mim e continuou sem emitir um único sonzinho, nem o de inicialização do Windows. Depois de praticamente um dia perdido tentando resolver o problema porque eu tinha esperanças de que algo finalmente começaria a dar certo (não é possível uma pessoa mais azarada do que eu!), o diagnóstico é inevitável: formatação. De novo. E eu que já tinha me conformado de que ficaria com o XP de uma vez sou vítima de mais uma efedepetagem gigantesca uma vez que tinha dado início ao processo de reinstalar todos os programas e pegar os emoticons sempre perdidos nessas situações.

No fim, foram 2 dias totalmente perdidos porque eu não estou com o Windows 7 e o problema que eu achava se tratar de erro no sistema operacional foi facilmente resolvido com uma limpeza simples. E ainda tem gente que acha carnaval a maior festa do planeta...


¹ Identidade mantida em sigilio por responsabilidade jurídica.

Insira Aqui Um Filme: Oscar 2010

Acho desnecessário tecer comentários sobre meu gosto por cinema, afinal todos que me conhecem sabem que, vez ou outra, encarno a diplomada em cinema e escrevo umas críticas singelas pro Pipoca Combo, certo? O que vale ressaltar é que nós (do Pipoca Combo, claro) faremos mais um live blogging pra acompanhar a maior festa do cinema, bem como suas injustiças, bizarrices, as mal vestidas, aquela cara de nádega do ator que tinha por certo o prêmio e teve que se contentar em abrir um sorriso amarelo e bater palminha pro concorrente. E tenho que dizer que adoro tudo isso.

Mas não, isso tudo fica pra cobertura do Oscar. O que vim fazer aqui é consequência do que chamo de “Maratona Oscar 2010”. No que consiste? Bem fácil, consiste em assistir a pelo menos os 10 concorrentes a melhor filme. Por tabela, acabo conhecendo muitos outros candidatos dos outros prêmios, já que é condizente que um aspirante a melhor filme possua outros pontos positivos. Como todo o tempo que eu levei baixando torrents indo ao cinema não poderia ser todo utilizado apenas com um live blogging de algumas horas, decidi fazer aqui minhas considerações sobre os 10 candidatos. Logicamente também faço por ego: nunca antes na história do Oscar eu conheci todos os concorrentes antes da cerimônia. Quero fazer uma breve revisão de cada um, sem levar em conta aspectos técnicos, blá, blá, blá. É apenas eu e meu gosto, independentemente dele ir de acordo com a crítica especializada ou não. E dane-se que eu não faço cinema. Vamos lá.

Lembre-se: as chances citadas são em relação a “Melhor Filme” somente. Todos os links de críticas levam à página do Pipoca Combo correspondente à crítica do filme. Se não há link, ainda não há crítica.


* * *


Amor Sem Escalas (Up In The Air):
Crítica
Também concorre a: Melhor Diretor (Jason Reitman), Melhor Ator (George Clooney), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz Coadjuvante (Vera Farmiga).

Sinopse: Um executivo solteirão encarregado de despedir funcionários de outras companhias adora viajar e colecionar milhas em voos. Um dia chega uma garota na empresa propondo uma forma de executar o mesmo serviço sem que sejam necessárias essas viagens carérrimas. Ele, então, precisa ensinar a ela como demitir pessoas. Em determinado momento, ele conhece uma mulher bastante parecida com ele e começa com ela um relacionamento.

- Minha visão completa pode ser lida naquele link acima se você tiver paciência depois de tudo isso. Vencedor do Globo de Ouro de melhor roteiro, pra mim não passa de um filme um pouco acima do comum por não ser previsível, mas não é brilhante como todos andam falando. Aliás, que nome infeliz. Eu gostaria de saber se quem traduz esses títulos assiste aos filmes antes de cometer essas atrocidades. Galera, não é comédia romântica! Pra que usar a palavra “amor”? Em Portugal ele virou “Nas Nuvens”... Soa estranho, mas faz mais sentido. Chances de Oscar: zero.


Avatar (Avatar):
Crítica
Também concorre a: Melhor Diretor (James Cameron), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Original, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais.

Sinopse: Os homens descobriram que o planeta Pandora é rico em um recurso natural de cujo nome eu não me lembro agora. Para explorar o território, os humanos criaram uma espécie de segundo corpo, justamente chamado de Avatar, capaz de se infiltrar neste novo mundo. Jake toma o lugar do seu irmão morto e assume seu avatar, pois não tem nada a perder (paralítico, sem família, etc). Lá conhece o povo Na’Vi e Neytiri, princesa e prometida a outro guerreiro.

- Os fãs desse filme dividem-se em duas frentes xiitas: os haters e os lovers. Encontro-me no centro desta briga. Um filme que passa Titanic em arrecadação na bilheteria, mesmo com um ingresso muito mais caro, estava fadado a levantar tanta polêmica. Só digo que adorei o filme e o Oscar de efeitos especiais sempre foi dele. James Cameron é um nojento esnobe, mas soube utilizar a fortuna que gastou e o tempo em que ficou de molho em alguma suíte de luxo por aí pensando no sucessor de Jack e Rose. Roteiro clichê, coisas previsíveis, mas é tudo tãããooo lindo de se ver na tela que os defeitos não impediram o sucesso. Chances de Oscar: a Academia não consegue se manter neutra diante de um faturamento e 2 bilhões, então uns 99%? Os prêmios técnicos, quase todos, já são dele.


Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds):
Crítica
Também concorre a: Melhor Diretor (Quentin Tarantino), Melhor Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante (Christoph Waltz), Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som.

Sinopse: Os tais Bastardos do título são um grupo judeu de extermínio aos nazistas. Liderados por Aldo Raine (Brad Pitt), conseguem ser tão cruéis quanto o próprio exército a serviço dos ideais de Hitler. Ao mesmo tempo, conhecemos a jovem Shosanna Dreyfus, que viu sua família ser brutalmente assassinada a mando de Hans Landa e, mais tarde, elabora um plano de vingança contra os responsáveis pela tragédia.

- Confesso que os filmes do Tarantino nunca me impressionaram como eu tenho a sensação de que deveria ser. Muito sangue, luta e tortura nunca foram um atrativo pra mim (mulherzinha, mimimi). Mas este filme em especial me conquistou de primeira. Aquelas confabulações em paralelo, os diálogos, os personagens (ênfase a Brad Pitt que está sensacional), enfim, tudo se completa. A violência toda é justificável e acaba ficando até elegante em algumas situações. Além de tudo, é uma visão diferente sobre o nazismo – estamos acostumados a ver os judeus como vítimas impotentes e sem poder de reação, mas aqui eles saem das tocas. Chances de Oscar: aquele 1% que faltou a Avatar. Pelo menos é a minha torcida.


Distrito 9 (District 9):
Crítica
Também concorre a: Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhores Efeitos Especiais.

Sinopse: Para a insatisfação dos humanos, alienígenas se instalaram na Terra e tentam sobreviver com muita precariedade. Enquanto executa o serviço de apresentar ordem de despejo para os aliens, Wikus é contaminado e, gradualmente, começa a se transformar em um deles.

- Brilhante. Qualquer outra coisa que eu possa dizer sobre este filme é puro adorno. Assim como em Bastardos Inglórios, aqui também se tem um outro ponto de vista de uma situação já explorada no cinema (a invasão dos alienígenas). Em vez de americanos hasteando uma bandeira e declarando o dia da derrota dos invasores como o Dia da Independência, temos uma amostra de como o ser humano consegue ser mais cruel do que as criaturas horrendas que se aglomeram em favelas e vivem em condições humilhantes. Extremamente metafórico. Chances de Oscar: não acredito que ganhe, mesmo sendo ótimo candidato e certamente um dos que eu mais gostei na lista. Então é zero.


Educação (An Education):
Crítica: coming soon. Eu mesma farei, prestigiem futuramente.
Editado: Crítica já publicada
Também concorre a: Melhor Atriz (Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado.

Sinopse: Jenny é uma adolescente muito inteligente, dedicada aos estudos, amante da arte e sonha conhecer a França. Entra em sua vida David, um homem mais velho que deslumbra a jovem com um mundo mais glamuroso do que a estudante poderia sonhar ou, segundo ela pensa, conquistar apenas com os livros.

- O que mais me impressionou neste filme foi descobrir que a protagonista, que interpreta uma menina de 16/17 anos, tem, na verdade, 23. E enquanto eu assistia ao filme, pensava que colocaram uma garota jovem demais pro papel. Enfim, é um filme ótimo também, com certeza muitos estudantes universitários – ou que sonham em ser algum dia – vão se identificar com a Jenny. Quem nunca se perguntou se todo o esforço dos estudos um dia valeria a pena? Sempre bate esse desespero em época de provas e vestibular, a concepção do mundo balança, os valores se abalam e somente quem tem coragem não se deixa vencer por essas dúvidas. Chances de Oscar: se a lista ainda fosse composta por 5 títulos, certamente Educação não estaria lá. Zero.


Guerra ao Terror (The Hurt Locker)
Crítica
Também concorre a: Melhor Diretor (Kathryn Bigelow), Melhor Ator (Jeremy Renner), Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Original, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som.

Sinopse: O filme retrata o cotidiano de um esquadrão antibomba no Iraque. E só.

- Pra mim, o mais cansativo da lista (não confunda com “pior”). O filme tem duração de 2 horas e praticamente a única coisa que os soldados fazem é desarmar bombas num ambiente desértico. O objetivo é alcançar uma tensão, mas isso feito à exaustão perdeu um pouco do valor. Uma hora você simplesmente consegue prever o que vai acontecer, não é surpresa. Muita gente gostou, mas eu ficava olhando os minutos pra acabar :( Chances de Oscar: eu acharia divertidíssimo que a ex-mulher do James Cameron tirasse pelo menos um prêmio dele, mas não acredito nisso. Zero.




Um Sonho Possível (The Blind Side)
Também concorre a: Melhor Atriz (Sandra Bullock).

Sinopse: Michael Oher, também chamado de Big Mike, é um jovem desajustado com dificuldades de aprendizado e um grande potencial para os esportes. Sua vida muda quando vai morar na casa de uma mãe de família solidária que luta pelo seu futuro. Inovador (sobe a placa de "ironia").

- Fica a pergunta: o que este filme, que não traz nada de novo, está fazendo aí? Ah, a lista tem que ter 10 títulos, lembrei. Outra pergunta: o que Sandra Bullok faz concorrendo a Melhor Atriz? Sabe-se lá. Chances: -5%.







Preciosa (Precious)
Também concorre a: Melhor Diretor (Lee Daniels), Melhor Atriz (Gabourey Sidibe), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz Coadjuvante (Mo’nique) e Melhor Edição.

Sinopse: O filme conta a história de uma garota negra, pobre, obesa, analfabeta, abusada pelo pai, na segunda gravidez. A única coisa que sua mãe faz é ofendê-la verbalmente, quase sempre sentada no sofá em frente à TV, e aproveitar-se da neta, fruto dos estupros sofridos pela própria filha, para receber um benefício do governo.

- Você acha sua vida ruim? Assista a esse filme. É tudo tão absurdo que às vezes é difícil acreditar que alguém realmente passe por isso. A infelicidade fica, mais uma vez, por conta dos tradutores. Precious é sobrenome da garota, então qual o objetivo de traduzi-lo? Pior, acrescentaram um subtítulo (Uma História de Esperança) que eu me recuso a colocar. O atrativo do filme, além de uma participação de Mariah Carey (ela era atriz?), são as atuações. A última cena de Mo’nique vale o filme inteiro e certamente minha torcida por Melhor Atriz Coadjuvante. O roteiro em si não me cativou tanto quanto muitos andam dizendo. Chances de Oscar: zero.


Um Homem Sério (A Serious Man)
Também concorre a: Melhor Roteiro Original.

Sinopse: O filme conta as desgraças por que passa Larry, um professor universitário. Sua mulher o traiu e está trocando por um colega seu, seu filho é um rebelde sem causa, sua filha uma menina fútil e reclamona, seu emprego está ameaçado por consequência de um aluno com nota baixa. O resto ainda estou tentando entender.

- Sinceramente, daqueles que você termina de assistir e fica “ok”. Típico filme que vai cair nas graças dos pseudo-cults do circuito cinematográfico e dos que gostam de tirar leite de pedra. Claro que se você começar a ver coisa onde não existe, achará o que quiser. O fato é que eu não gostei e nem odiei. Com certeza é um dos que só estão na lista pra que ela chegasse aos 10 títulos e pra Academia poder se vangloriar de que dá oportunidade pra coisas mais alternativas em contraste aos blockbusters. Chances: zero.





Up – Altas Aventuras (UP!)
Crítica
Também concorre a: Melhor Roteiro Original, Melhor Filme de Animação, Melhor Trilha Original, e Melhor Edição de Som.

Sinopse: Carl Fredricksen é um velho e rabugento viúvo. Na juventude, sonhava ir com a esposa Ellie até as Cataratas do Paraíso, mas o desejo nunca chegou a ser realizado. Entra em cena o garotinho Russel, um pequeno escoteiro que deseja receber sua última medalha de serviços prestados a idosos. Uma conjunção de fatos leva ambos a partirem para uma viagem num veículo peculiar: a casa de Carl movida a balões coloridos.

- Não é segredo pra ninguém: sou fã da Pixar, sou sobretudo fã de animações. São os filmes que eu mais aguardo e faço questão de vê-las no cinema, acho simplesmente fantástico do que elas são capazes e admiro sobretudo a arte nelas envolvida, o carinho, o trabalho minucioso, a dublagem. Este filme em especial tem os famosos minutos sem fala que retratam a vida de Carl e Ellie até a morte dela. De fazer chorar. Mas está na lista só pra ser “a animação que chegou a concorrer a Melhor Filme”. Só uma observação: é a única animação dos 10 melhores e concorre a Melhor Animação também. Ou seja, ele já ganhou ou a Academia realmente está esclerosada. Chances: zero.

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