Parem com as comédias românticas!


Inspirado em uma conversa com o Ti.



Querido diário,



Hoje fui com a Ju assistir a um filme que estreou nessa semana e ela queria muito ver. Era um filminho de amor/comédia meio bobo, mas ela queria muito ver. E, saindo do cinema, cheguei à conclusão de que eu definitivamente prefiro filmes de aventura, terror, fantasia... Qualquer coisa, menos comédia romântica. Comédias românticas são a coisa mais idiota do cinema, e eu vou dizer por quê.


A Ju acha fofo como as coisas acabam sempre bem, com uma trilha sonora alegre no fundo. Ela diz que dá uma sensação de esperança, de que ela ainda vai mudar o status do Facebook dela para “em um relacionamento sério” (daí para “noiva de” e de lá para “casada com”). Mas eu digo que isso só vale se você não for a outra parte da história, a que foi abandonada praticamente no altar para que o casal protagonista fosse feliz para sempre.

Pensa comigo. Toda comédia romântica não segue uma fórmula? Sempre fala de um homem e uma mulher que 1) se conhecem desde sempre, mas não percebem estar apaixonados; 2) se conhecem em uma situação em que nenhum dos dois gosta um do outro e acabam se apaixonando. O problema começa aqui: qualquer menina romântica pode escrever roteiro de filme assim, porque o começo e o final são sempre os mesmos. O meio da história muda um pouco, mas as pontas sempre são as mesmas.

Esse filme que a gente foi assistir, por exemplo, começa com um casal... opa, no começo eles não são casal, é só no final.... Enfim, começa com um homem e uma mulher que são amigos, ela dá pequenas demonstrações de que TÁ QUERENDO, e o cara nem tchum. Normal, homem demora pra perceber essas coisas mesmo (babacas!). Mas aí a mulher vai cuidar da vida dela, porque afinal não pode ficar esperando o lerdo tomar atitude, e vai embora. Então ela conhece outro cara, que pede ela em casamento e aí a gente já sabe o que acontece. O babacão lá do início percebe, FINALMENTE, o quanto a mulher era importante para ele e fica desesperado porque vai perder o amor da vida dele para um WHO qualquer que apareceu só depois dos 30 minutos iniciais de filme.

Não é injusto que tudo dê certo pra esse idiota? Enquanto ela estava disponível, nem percebia a menina fazendo de tudo por ele. E, quando ela consegue um marido pra chamar de seu, vai o cara atrapalhar a vida dela. De novo! E o ex-futuro-marido era rico, lindo, gostoso etc. Tadinho. Ele não tem culpa! Ele também merece ser feliz! Ou seja, comédias românticas não contam o tempo que a pessoa chutada pros créditos finais do filme gastou chorando, ouvindo música triste, odiando cada casal feliz que encontrava pela rua até conseguir superar a humilhação de ser trocado por outro(a) na prorrogação. QUE MUNDO É ESTE?

Além disso, incentiva aquele velho hábito que quase todo mundo tem de só dar valor ao que possui depois de ver escapando entre os dedos. Para mim, a mulher tinha que se apaixonar DE VERDADE pelo segundo cara e sambar nas fuças do primeiro, com direito a “baba, baby, baby, baba, baba” de trilha sonora. É pra torturar duas vezes mesmo: sentimental e musicalmente. Ele deveria ter ficado com a lição e aprender a olhar para o lado da próxima vez que uma garota legal desse condição. Você ignora sua alma gêmea durante toda a vida e basta chegar na hora do “quem tiver algo contra este matrimônio que fale agora ou cale-se para sempre”, tomar a noiva nos braços e ter seu final feliz? QUE MUNDO É ESTE?

Sério, comédia romântica só prova de que quem não merece acaba se dando bem e que gente apaixonada tem memória curta. E que você pode curtir sua vida à vontade enquanto a pessoa que você ama de verdade não tem um anel de compromisso no dedo. A partir daí, sim, você precisa se espertar. Mas para que perder tempo antes, não é mesmo? O outro idiota vai estar sempre esperando você adquirir a capacidade de reconhecer de quem você realmente gosta, então tudo bem.

Por isso eu prefiro aventura. Pelo menos eu sei que não vou ser morta por um monstro marinho ou carros que viram robôs gigantes.


Até a próxima,


Nanda.

6 comentários:

r. disse...
14 de agosto de 2011 às 18:08

Trocado na prorrogação HUSAHUSA.

A Superinteressante até elaborou um guia para descobrir o final desses filmes (não que precise de um).

Dani disse...
14 de agosto de 2011 às 18:09

Muito bom!

Vick disse...
14 de agosto de 2011 às 18:19

por isso que eu gosto de 500 Dias Com Ela kkk *__*

mentira, nem é por isso, mas confesso que eu, na maioria das vezes, sou o cara que só dá valor depois de perder. :/

aquela triste sina: só me interesso pela pessoa quando sou desprezado, etc, etc, etc.

Thali disse...
14 de agosto de 2011 às 21:05

sem contar que esses filmes criam mulheres-MONSTRO nos relacionamentos, que exigem que tudo seja lindo e perfeito e que o homem esteja sempre disposto a fazer tudo por elas e qualquer coisa diferente disso elas já surtam. TIPO: EU. confesso que fui estragada por filmes assim rs. :(

F@bielle disse...
15 de agosto de 2011 às 13:59

curti o post.

parei de assistir comédia romântica faz um tempinho, num tenho estrutura. sempre a mesma coisa. zzzzzz
prefiro assistir o exorcista sozinha e

Película Criativa disse...
4 de maio de 2012 às 18:48

Está realmente muito difícil encontrar um filme bom do gênero. Katherine Heigl é a campeã em estrelar filmes clichês.

Não posso negar que gosto de filmes de comédia com romance, mas ao estilo de Bridget Jones, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa e Amelie Poulain.

Parabéns pelo blog!
Visite o Película Criativa também: http://peliculacriativa.blogspot.com/

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